sábado, 22 de novembro de 2014

PEITOS, PEITOS GIGANTES, UMA ENORMIDADE DE PEITOS, TETAS DO TAMANHO DE BALÕES

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- Roger! Rooooooger. Traga mais uma aqui, filho. Não vê o calor que está? Quer matar seus únicos fregueses?

Não tinha muito tempo que o dia tinha clareado e estava tão calor que um pequeno facho de sol que pegava na minha perna nua fazia exalar cheiro de pelo queimado. Tão cedo e Lincoln já gritava como se estivesse acordado há horas. Algumas pessoas são assim, levantam da cama falando alto e cantarolando e contando piadas e isso me deixava extremamente mais estressado, além do fato de ter que acordar. Não necessariamente acordar, mas levantar. Eu preciso passar por certas rotinas antes de despertar. Eu levanto mas não estou desperto.
Primeiro eu levanto, dou uma boa mijada ainda com o pau duro e sempre preciso enxugar o chão e a privada dos resquícios de urina. Nisso eu já acendi meu cigarro, dou um belo trago e encho uma boa caneca de café. Não é que eu ame café, porém eu gosto mais de café que acordar. Só que este dia em especial estava um calor de três infernos, fato que me fez acordar transpirando como se estivesse acabado de transar com duas garotas adolescentes bissexuais e ninfomaníacas. O café quente rasgava a minha garganta e eu só consegui beber meia caneca. Depois disso preferi abrir uma cerveja e todos sabem que depois da primeira fica bem difícil parar. Meus olhos ainda estavam grudados e ardendo e a cerveja não durou cinco minutos. Foi como beber um copo d'água, só que melhor. Não sei se foi a cerveja ou o café mas me deu vontade de cagar e por lá fiquei quase meia hora, não cagando, claro que não, mas é impossível cagar e não fumar um cigarro, desta vez eu fumei dois.
Finalmente lavei o rosto e escovei os dentes e lembrei que tinha muitas coisas para resolver e estava muito quente para resolver qualquer problema. Alguém uma vez disse que o que não tem remédio remediado está. Para todas as outras acreditei que não haveria problema esperar até o próximo final de semana. Vesti uma camiseta e fui até o bar do Roger. Foi onde encontrei Lincoln de bom humor e fiquei indignado. O bar do Roger era um boteco gorduroso, contudo a cerveja era barata e estava sempre gelada. Por causa da umidade das paredes o cheiro de mofo era grande mas funcionava como um ar-condicionado natural. Mesmo assim estava bem quente. Sentei em uma das mesas e Lincoln veio sentar comigo.

- Cara, faz tempo que você acordou agora? Hahaha. Ele perguntou

Lincoln tinha disso. Era um bom beberrão mas sempre tinha essas piadas prontas na ponta da língua. Eu me limitei a tentar um sorriso mudo.

- Noite difícil? Ele insistiu.

- As noites nunca são difíceis, as manhãs sim. Respondi.

- É o que eu sempre digo, cara. Ele disse.

Eu nunca tinha ouvido Lincoln dizer aquilo, sequer me lembrava de ter dito aquilo alguma outra vez em toda a minha vida, mas se ele estava dizendo.

- Mas melhora essa cara que eu tenho uma boa notícia, foi até bom te encontrar aqui. O que vai fazer hoje? Ele perguntou.

Nisso o Roger já tinha trazido um copo e uma garrafa de cerveja tão gelada que saia fumaça e amaciava as cordas vocais. Tão gostosa que eu quase fiquei de pau duro com aquela cerveja. Mal ouvia o que Lincoln dizia então respondi no instinto.

- Bom, vou beber até ficar com fome, depois vou pra casa almoçar e dormir até acordar para continuar bebendo, talvez escrever um pouco.

- Que isso, cara? Sabe que sou seu amigo e não vou te deixar nesse programa de índio não - Lincoln pegou o celular e com os dedos ágeis, muito ágeis para àquela hora da manhã, apertou o telefone até achar o que queria – está vendo esta garota? Estou comendo, cara.

Olhei para a garota e posso dizer que poucas vezes na vida vi algo tão grande. Bochechas que caía sobre uma papada enorme que caía por cima de algo que imaginava ter sido um pescoço um dia e peitos, peitos gigantes, uma enormidade de peitos, tetas do tamanho de balões daqueles de festas que enchiam de balas e estouravam quando estávamos abaixo disputando quem pegava mais balas e pirulitos e guarda-chuvas de chocolate que na verdade não passavam de gordura hidrogenada.
Era um amontoado de banha e carne e barriga e gordura e tetas e cabelo, tanto cabelo quanto um ralo de banheiro público. Mas o cabelo não era de todo ruim, pois só por causa dele que pude com muita dificuldade identificar aquilo como uma mulher e também pelo fato de Lincoln mostrar aquela imagem assombrosa logo após chamá-la de garota, e pior, que ainda estava transando com a tal. Entendam a minha indignação e podem me julgar depois. Mas Lincoln era um sujeito baixo, talvez um ombro mais baixo que eu, porém tinha uns trinta quilos a mais. Conhecia Lincoln desde a época de escola e ele nunca fora um dos primeiros a ser escolhido para jogar futebol nem qualquer atividade que exigisse o físico. Lincoln também não era dos mais inteligentes, porém isso não vem ao caso. Lincoln era obeso. Não um gordo esparramado, contudo tinha uma barriga que não tinha muito orgulho de mostrar por aí. Eu nunca passei dos 65 quilos, logo, não serei eu a explicar de que forma dois serem humanos com tanta massa corpórea podia praticar o ato sexual. Tentei imaginar mas foi em vão.

- Sentiu o nível? E vou te ajudar, podemos marcar algo em casal. Lincoln disse.

- Cara, realmente...

- O que foi? Está sem mulher pra hoje?

- Pois é... Eu disse e ergui o braço para Roger trazer mais uma garrafa.

- Essa eu pago, Roger. Disse ele - Não tem problema, cara. Ela tem uma irmã.

- Não leva a mal, Lincoln, mas como é exatamente o corpo desta irmã?

- É gostosa igual, cara. Ele respondeu.

Roger trouxe a cerveja e Lincoln mostrou a foto para ele. Roger era casado e tinha três filhos no espaço de três anos, portanto fazia tempo que ele via sua mulher com o corpo volumoso e mesmo assim ele assustou-se ao ver o monte de coisa denominado mulher por nosso amigo.

- É, Lincoln. Essa deve dar trabalho. Ele disse em tom irônico e Lincoln orgulhoso não percebeu. Tanto que não sei se seu rosto ficara vermelho por causa da cerveja, do sol, do orgulho de macho comedor, ou se ele sempre tivera o rosto vermelho e eu nunca tinha percebido.

- Olha, Lincoln - servi os dois copos com cerveja - eu vou passar essa. Tenho mesmo que escrever. Eu disse.
- Porra, Bento. Você precisar viver para escrever as coisas, entende? Ele disse.

- Eu já tenho traumas suficientes para escrever durante a vida toda. Não preciso de mais um.

Eu não queria estragar o barato do gordinho falando que tinha achado a garota dele uma grande massa de banha com olhos. Estava me segurando como quem segura a urina depois de meia dúzia de cerveja, mas aos poucos eu ia escorregando.

- Não fala besteira, Lincoln. Para escrever vasta ser criativo, ou você acha que o Spielberg viu mesmo o E.T? Disse Roger.

- Porra, Roger. Mas ele é o Spielberg. Disse Lincoln dando mais ênfase no Spielberg que o necessário para eu entender o sentido da sua insinuação - Vamos combinar que nosso amigo aqui não vai escrever nenhum Scarface.

- Ei! Eu disse.

- É! - Roger disse - Não foi Spielberg quem escreveu Scarface, foi o Scorsese.

- Não foi o Scorsese, você deve estar confundindo com Goodfellas. Eu disse.

- Mas quem fez esse não foi o Tarantino? Lincoln perguntou.

- Não fala merda. Tarantino não tinha nem pelo no saco nesta época. Pulp Fiction que é do Tarantino. Roger disse.

- Porra, adoro esse filme. Disse Lincoln - Mas eu achava que era de um tal de Brian de Palma.

- Brian de quê? Roger perguntou pra mim.

- Não faço ideia. Eu disse - Mas foda-se! Do que é que vocês estão falando, caralho? Quantas vezes leram algo que eu escrevi?

Ambos balançaram a cabeça negativamente.

- Mas você não me parece o cara mais esperto do mundo, vamos combinar. Disse Lincoln.

- Vai se foder. Não era eu que colava nos ditados da escola. Eu disse.

- Isso faz muito tempo. Lincoln disse.

- Foda-se! Eu retruquei. Matei a cerveja que estava no copo e continuei - E quer saber? Sua mina é gorda pra caralho! Eu prefiro mil vezes bater uma bem batida que comer uma gorda dessa.

Roger arregalou os olhos e pediu calma.

- Mas só o que você faz é bater punheta. Disse Lincoln.

- Foda-se! Eu disse.

- Foda-se! Disse Lincoln.

- Vou buscar mais uma cerveja e beber com vocês. Disse Roger para amenizar a situação.

- Traz um Dreher que esse assunto me estressou. Lincoln disse.

- Põe na minha conta. Eu disse.

Roger voltou e continuamos falando sobre qualquer coisa. Filmes, mulheres, o calor infernal. Falamos de futebol e ameaçamos discutir novamente. Quero dizer, quase discutiram Roger e Lincoln, pois comigo nenhum deles tinha este privilégio. Estávamos muito bem no campeonato. Eu assistia, molhava a garganta e gargalhava das besteiras que falavam. Nesta altura eu já estava acordado mas minha barriga começara a roncar e minha bexiga deu sinal de vida pela primeira vez. Até que adentrou um sujeito que Roger teve que interromper a conversa para atendê-lo. Sujeito estranho aquele, àquela hora no bar para comprar cerveja. Todos ali na vila já tinham lhe visto, mas acredito que quase ninguém se lembrava de seu nome. Roupas caras, de marca, porém muito velhas. Dava a sensação de que tivera dinheiro um dia e por um acaso ou uma decisão errada perdera tudo. Lincoln e eu paramos de conversar para observá-lo. Alto e magro, jovem com aparência de velho, cabelo penteado pro lado. Lincoln me cutucou com o pé por debaixo da mesa e com o queixo apontou o tal sujeito falando baixo.

- Telemarketing, esse aí.

- Sério? Questionei.

- Certeza. Quem falou foi o Miltinho. Diz que ouviu uma conversa dele ao telefone. Sem querer, é claro. Ele disse.

- Sabia - Eu disse - Está muito na cara.

- Não tira essa roupa. Não deve ser bom vendedor. Ele disse.

- Pobre coitado - Bati três vezes na madeira com o nó dos dedos - Deus me livre.

Lincoln balançou a cabeça perplexo. No mundo em que vivemos, não se pode ser um perdedor assumido. As pessoas precisam fingir-se de vencedoras. Todos estão felizes e tudo é maravilhoso. O problema daquele sujeito era a tristeza impregnada em seus olhos. As roupas que denunciavam seu passado vigoroso. Era um jovem que perdera as esperanças. Desistiu.
Ninguém pode desistir em nossa sociedade, pelo menos não por aqui. Tudo se baseia em você ter sempre um sorriso a tiracolo para dar ao vizinho, ou ao caixa do supermercado, ou a sua tia que você só vê em datas comemorativas que é quando ela confunde o nome da sua antiga namorada pela que veio antes. Temos que sorrir aos carteiros e testemunhas de Jeová. Temos que ter ternura e sorrir para bebês, mesmo os feios e sujos e catarrentos. Mau humor é para os jovens e rebeldes e presidiários e homens superpoderosos. Nós não podemos demonstrar fraqueza nem mau humor simplesmente porque a vida é maravilhosa e se ninguém reclama quem você acha que é para se sentir com este direito?

Então o tal sujeito pegou duas latas da cerveja mais barata. Uma ele colocou na mochila que levava pendurada no ombro apenas por uma das alças, a outra ele abriu e deu um grande gole. Pagou com notas amassadas e moedas.

- Bom dia. Por um acaso vocês não teriam um cigarro? Ele dirigiu-se a nós.
Lincoln serviu-o do seu maço de Hollywood com prontidão.

- Pode pegar. Ele falou.

- Obrigado. Disse o sujeito e partiu.

- Lamentável. Lincoln disse.

- É... Eu disse.



Bento.

sábado, 8 de novembro de 2014

NÃO EXISTE PROBLEMA NO MUNDO QUE NÃO PAREÇA INSIGNIFICANTE QUANDO SE ESTÁ SENDO CHUPADO DECENTEMENTE

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Somos todos estranhos mordedores de nada. Somos um monte de bosta sem saber pra onde ir. Digo que a única coisa da qual tenho conhecimento é meu gosto e disso eu entendo super bem. Por mais bêbado que se possa estar sempre sobra uma fagulha de consciência. Você está lá, em algum lugar dentro da sua mente assistindo na primeira fila as merdas que você faz. Claro que "merda", no meu entendimento é um termo ambíguo. Pode ser bom ou ruim dependendo da ótica.

Estamos num calor de 400 graus e eu estava deitado nu com as costas no chão, levantando a cabeça somente para mamar a garrafa de cerveja. A garota estava deitada de bruços na cama alisando meus cabelos e brincando com minhas sobrancelhas enormes. Lucia era o nome dela.

- Não sei o que você tem, mas você tem... Sabe? Ela dizia.

Eu não fazia ideia do que ela falava, mas eu ainda tinha cabelos dela grudados em meu peito magricela e era difícil raciocinar com todo calor que anda fazendo.

- Eu acho que você esta empolgada só porque gozou, amor. Não tem nada demais. Eu respondi.

Ela pegou a garrafa da minha mão e bebeu um gole longo. Pedi que ela acendesse um cigarro e me ajudasse a fumar. Ela acendeu e colocou na minha boca para que eu pudesse tragar e depois ela também fumava.

- Não é só porque eu gozei. Claro! Também é porque eu gozei, mas nem era pra eu dar pra você. Você é o cara mais podre que eu conheço. Ela disse.

Pedi mais um trago no cigarro e seus dedos compridos e magros levava-o até meus lábios. Eu não vou negar que senti um tremendo orgulho subindo pelo meu peito. Eu sempre disse que se é para ser melhor em alguma coisa então que isso lhe traga algo de bom. Ser o pior cara que ela conhecia deixava-a de cabelo em pé e com uma luz de alerta bem acesa. Ela transou comigo por uma inconsequência e já repetiu tal equívoco meia dúzia de vezes. O que ela queria saber é porque não conseguia sentir o mesmo tesão pelos cuzões que levavam ela a motéis caros em seus carros emprestados dos pais e correntes de prata no pescoço que poderiam me fazer tombar para frente. Ela não sabe a resposta até hoje, eu também não sei, mas suspeito que tudo é uma questão de estilo. Faça tudo com muito estilo, com originalidade, pode ser que não dê em nada, mas pode ser que você seja apontado na rua como O Cara. Nunca se sabe.

- Talvez você precise conhecer mais gente. Eu respondi a acusação dela com uma falsa modéstia

- Sem falsa modéstia, senhor Bento. Ela disse.

Eu sorri de olhos fechados e joguei o restante de cerveja da garrafa direto na boca. Um pouco escorreu pela minha barba e ela passou os dedos e chupou. Chupou como se chupasse algo maravilhosamente saboroso. Claro que isso foi o suficiente para que eu ficasse duro novamente e fossemos para debaixo do chuveiro transar mais uma vez.

Toda vez que ela vai embora sentencia que não voltará mais. Eu sinto receio de que um dia ela cumpra a promessa, no entanto não demonstro. Finjo que não ligo, que não acredito e ela parece não acreditar, tomando minha atitude como um desafio. Eu não quero que ela pare de vir, porém não consigo juntar forças para dizer que quero que volte sempre. Toda a minha força foi gasta com alguém que nunca voltou, logo, tenho por mim que quem quer fica, quem não quer parte sem retorno e isso independe de qualquer coisa que fazemos. As pessoas simplesmente fazem o que elas querem, sem se importarem com qualquer outro que não eles mesmos. Não podemos assumir responsabilidades por coisas que não são de nossa alçada, que não podemos controlar. Uma transa é só uma transa até que os dois resolvam dar mais significado a ela.

De qualquer forma, numa outra situação lá estava eu com outra garota. Esta não era tão magra quanto Lucia, nem tão bela, mas conseguia me fazer gozar com uma habilidade que só ela possuía.
Num dia desses lá estávamos bebendo cerveja até que ela decidiu me chupar.
Chamava-se Priscila e chupava como se sua vida dependesse disso. Um talento pouco visto em todos esses anos de bebedeiras e situações imprevisíveis que já tive. Eu sempre valorizei uma garota que chupe e pareça gostar de fazê-lo. Mas para não me afastar muito do assunto. Eu ganhava uma boa chupada e fumava meu cigarro intercalando com goles de cerveja. Para você que está lendo isso lhe garanto. Não existe problema no mundo que não pareça insignificante quando se está sendo chupado enquanto dá uns traguinhos. Tudo no mundo torna-se mesquinho e sem importância. Eu penso que os programas sociais do governo deveriam substituir as bolsas quase-nada e casas populares por belos e deliciosos boquetes. Todos seriam mais felizes. Você pode aguentar morar de aluguel, o que não se pode passar sem é um boquete bem babado.
Cheguei a pensar nos outros caras, quantos deles passaram ou passarão a vida inteira sem uma chupada sensacional? Ou pelo menos sem viver um momento como eu estava tendo a oportunidade de ter. Ela chupando e eu fumando. Quantos contadores, auxiliares administrativos, bancários, vendedores, garis, formarão famílias, farão tratamento de canal, morrerão de câncer sem serem chupados decentemente, ou terão o privilégio de serem chupados por duas garotas ao mesmo tempo? Olhar para baixo e ver duas cabeças brigando para abocanhar seus pintos. Esses caras podem até dizerem que a vida não é só isso, mas garanto a vocês que todos, sem exceção, lamentarão em seu leito de morte os boquetes de suas respectivas esposas. Digo isso, pois boa parte das mulheres chupam com um sacrifício na alma. Algumas mulheres usam o boquete como moeda de troca e só não conseguem mais porque não fazem decentemente. E eu me vi como um cara de sorte. O Destino tem lá suas crises comigo, mas de tempos em tempos me faz um agrado.

Mesmo assim, ainda existem aqueles caras que se contentam apenas com as calcinhas de suas esposas penduradas na lavanderia de seus apartamentos minúsculos com o fundo da peça amarelado virado para o vitrô da cozinha. E a cada garfada no purê de batata ele sente o gosto do que ele imagina ser o mesmo gosto do corrimento no fundo da calcinha. Tudo isso é só imaginação, claro.
Ainda existem os homens que preferem as garotas que deixam seus absorventes usados fora do lixo do banheiro ou que justamente no dia que vai deixar o sutiã a mostra elas escolhem o mais velho e encardido. Preferem a vida de dormir assistindo a novela e ir ao hipermercado aos domingos. Assim como existem mulheres que preferem os homens que tentam se parecer com o Gustavo Lima com tatuagens de arame farpado e cabelos lamentáveis. Ou os barrigudos que passam a vida mostrando o rego acima do cinto. Que levam as chaves penduradas no bolso da calça. Que usam cuecas vermelhas, amarelas e afins. Homens de sapatenis. Homens que vão até a venda de samba-canção. Aos meus olhos são todos estranhamente doentes, bem como eu deva ser insanamente incomum para alguns. Somos todos estranhos. De uma mediocridade tamanha.


Bento.